Com a instantaneidade da internet, é fácil reunir diversos comentários de torcedores, jornalistas e palpiteiros após uma partida de futebol. Foi assim depois da semifinal entre Palmeiras e Santos, pela Copa São Paulo de Futebol Júnior.
Depois de confirmada a classificação do Peixe e consequentemente a eliminação do Palmeiras, li alguns pitacos como: "Essa molecada me irrita muito. Não aguento isso não" e "Palmeiras da Copinha lembra muito o profissional". Mas há muitos problemas nestas afirmações e gostaria aqui de abrir uma discussão e fazer as pessoas refletirem mais sobre a Copinha e categorias de base.
Durante quatro anos (claro, com intervalos) pesquisei sobre categorias de base. Ouvi muitas histórias, entrevistei diversos profissionais e jogadores, e transformei tudo em uma Monografia (conclusão virou artigo na Universidade do Futebol. Clique aqui e leia). Isso posto, acho que tenho condições para comentar sobre a participação do Palmeiras nesta competição (afinal, acompanhei todos os jogos da equipe e estive mais perto do time que os demais clubes participantes).
A cada Copa São Paulo o Palmeiras entra com uma carga de responsabilidade grande por nunca ter conquistado o título do campeonato. Neste ano, o clube apostou em atletas "veteranos" e trouxe o técnico Narciso (quase um especialista na Copinha) para por fim ao tabu. O título não veio, mas a "herança" deixada promete ser promissora.
Há bons jogadores que já possuem condições de integrar o elenco profissional e outros que ainda precisam de um tempo para amadurecer e aperfeiçoar algumas falhas de posicionamento e fundamento também (leia mais abaixo).
Mas é um erro criticar o elenco por ter sido eliminado, o culpando por "sempre passar vexame na Copinha". Vale lembrar que os jogadores que estavam no time deste ano não estavam nos anos anteriores e o intuito da competição vai muito além de conquistar títulos.
Quantas equipes vemos conquistar o título da Copinha e não ter jogadores aproveitados e/ou revelados? Deve haver sempre um equilíbrio. Um possível fracasso em uma competição não deve colocar em xeque um planejamento e sim servir de aprendizado para otimizar o trabalho que vem sendo feito nas categorias de base. Se o título vier será uma gratificação a todo o esforço!
Nos últimos anos, o Palmeiras tem surpreendido nas categorias de base, apesar de todos os problemas políticos que interferem o trabalho de alguns profissionais no clube. Chegar à semifinal pode ser ótimo. Os frutos ainda serão colhidos!
CONFIRA A BREVE ANÁLISE DOS TITULARES DO PALMEIRAS:
Walter (goleiro): Tem insegurança para deixar a meta e falhou em alguns gols. Deve permanecer ainda na base.
Bruno Oliveira (lateral-direito): Bom jogador. Tem grande poder ofensivo e construía as principais jogadas pela lateral. Tem bons cruzamentos e deve ser aproveitado por Gilson Kleina.
Fernando (zagueiro): Zagueiro mais bruto, de força. Porém, é muito lento e acaba falhando em alguns lances que não deveriam sequer assustar.
Luiz Gustavo (zagueiro): Apesar de ter cometido pênalti contra o Santos e ter sido expulso contra o Velo Clube, é um jogador muito promissor. Tem como característica sair mais com a bola. Ainda pode jogar como lateral-direito. Também deve ficar no time profissional.
Victor Hugo (lateral-esquerdo): Na verdade é zagueiro, mas jogou durante toda a competição como lateral. Não achei que comprometeu.
Bruno Dybal (volante): Chegou a ser utilizado como meia no profissional e jogou em sua posição de origem na Copinha. Boa marcação e chute de longa distância. É a promessa da base do clube.
Lucas Morellato (volante): Ganhou a vaga depois do Rato se machucar e fez boas partidas. Tinha a responsabilidade de "defender" a zaga.
Edílson (meia): Fez bons jogos e gols bonitos. No entanto, não me agrada a quantidade de chances que desperdiçou. Pode passar mais um tempo na base para aperfeiçoar a pontaria.
Diego Souza (meia): Assim como uma fonte me confidenciou em uma matéria para o LANCE!, o jogador oscila muito de rendimento e por muitos momentos falta objetividade.
Chico (atacante): Surpreendeu na Copa São Paulo. Bom camisa 7, que cai pelas laterais, vai buscar a bola no meio e conclui bem.
Vinícius (atacante): Com a experiência que tem no time profissional (está há três anos) poderia ter tido melhor desempenho. Foi uma peça importante taticamente por fazer a função de pivô nos zagueiros, mas o considero fraco tecnicamente. Não o vejo com chances com Gilson Kleina.
Um comentário:
Poxa é tão difícil ver uma mulher que gosta de futebol, né? E você escreve super bem, parabéns! Adorei o blog.
Beijos.
http://poeiradebau.blogspot.com.br/
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